No contexto da advocacia moderna, as parcerias surgiram como uma resposta estratégica para ampliar serviços, acessar novos mercados e fortalecer capacidades técnicas. Em nossa experiência, essa tendência reflete uma mudança relevante na forma como escritórios e advogados autônomos se relacionam e crescem profissionalmente, trazendo benefícios, mas também desafios, em especial quanto ao respeito às normas éticas e regulatórias do setor.
O que são parcerias na advocacia e como funcionam?
Parcerias no mundo jurídico vão muito além da mera divisão de honorários. Enxergamos como parcerias jurídicas todos os vínculos formais entre pessoas ou escritórios para compartilhar clientes, conhecimento ou estrutura, sempre respeitando os limites do ordenamento e da ética profissional. Consultando modelos e casos reais, identificamos grandes tipos de parceria:
- Parcerias de correspondência: profissionais atuam em processos localizados fora de sua base, por meio de colegas que oferecem auxílio presencial e processual.
- Parcerias de indicações: um advogado ou escritório encaminha clientes para parceiros especialistas em determinada área, mediante critérios previamente pactuados.
- Parcerias entre escritórios: colaboração estratégica, em especial para causas complexas e multidisciplinares, formando times temporários para determinados projetos.
- Parcerias de conteúdo e educação: coprodução de eventos, cursos e publicações, valorizando o conhecimento coletivo e a autoridade do grupo.
Esses modelos são detalhados em fontes como o guia de modelos de parcerias em advocacia.
Ao analisarmos essas possibilidades, percebemos que as parcerias beneficiam o crescimento e a abrangência dos serviços jurídicos oferecidos, promovendo confiança e diversificação profissional. Mas como alinhar esse dinamismo à exigência de conduta ética?
As exigências éticas segundo a OAB
O Código de Ética e Disciplina da OAB determina que todas as relações na advocacia respeitem a dignidade da profissão, a proteção do cliente e a confiança no advogado. Recentemente, o Provimento 205/2021 atualizou pontos relativos à publicidade jurídica (conforme publicação no portal da OAB), trazendo atenção especial às parcerias e à divulgação dos serviços.
Segundo as orientações oficiais e nossos aprendizados práticos, algumas regras devem sempre ser seguidas:
- Publicidade restrita: Informações devem ser exclusivamente institucionais e educativas, nunca promocionais ou mercadológicas, evitando alardes ou promessas de resultados (entendimento reforçado pelo órgão especial da OAB).
- Confidencialidade absoluta: O sigilo do cliente é prioridade máxima em qualquer arranjo, e todas as tratativas devem garantir a proteção das informações compartilhadas.
- Publicidade em parcerias: A identificação em cooperações e anúncios conjuntos deve destacar a individualidade de cada escritório, nunca formando a imagem de sociedade irregular.
- Responsabilidade profissional compartilhada: Os parceiros respondem solidariamente perante o cliente, sendo obrigatória a comunicação clara dos papéis de cada envolvido.
Respeito mútuo e integridade são a base de toda parceria jurídica.
Ainda, conforme a discussão recente sobre atualização do Provimento 205/2021, a normatização acompanha as tendências tecnológicas e reforça o compromisso do setor com padrões éticos elevados.
Como formalizar parcerias advocatícias?
Em nossa avaliação, um ponto que encontramos ser recorrente em casos problemáticos está na falta de formalização. Por isso, recomendamos que toda parceria seja sujeita a instrumentos jurídicos claros, especialmente contratos escritos. A ausência de documentos formais pode resultar em conflitos, dúbias interpretações e responsabilidades não desejadas.
Para construir contratos de parceria robustos e adequados ao contexto jurídico, sugerimos atenção aos seguintes aspectos:
- Especificação de responsabilidades: delimitar precisamente a função de cada parte quanto ao atendimento, produção de peças, participação em audiências e tratativa de clientes.
- Normas sobre divisão de honorários: alinhamento quanto a valores, critérios de repasse, incidência de tributos e condições de pagamento.
- Respaldo ético: referência expressa à legislação aplicável, citação do Código de Ética e consentimento do cliente quando necessário.
- Gestão do encerramento: definir meios de extinção da parceria e procedimentos para resolver pendências.
Quem busca aprofundar esse tema pode se beneficiar de conteúdos sobre contratos de parceria, que abordam a estruturação e a boa gestão desses acordos dentro e fora do setor jurídico.
Boas práticas na gestão de relacionamentos jurídicos
Gestão de parcerias não se resume à assinatura de um documento. É uma construção contínua, que envolve comprometimento e constante atualização. Nosso olhar mostra que certas práticas contribuem de forma notável:
- Alinhamento de valores: Escolher parceiros que compartilham princípios éticos semelhantes evita conflitos e impulsiona relações de confiança.
- Transparência constante: Conversas abertas sobre expectativas, riscos e resultados fortalecem o vínculo e minimizam surpresas desagradáveis.
- Comunicação documentada: E-mails, reuniões formalizadas e relatórios facilitam a produção de evidências das tratativas, protegendo todas as partes diante de questionamentos futuros.
- Cultura de feedback: Troca regular de percepções a respeito da parceria promove aprendizado e permite ajustes rápidos.
Para quem busca exemplos práticos e dicas aprofundadas sobre gestão de relações com parceiros, indicamos a leitura do guia sobre relacionamento com parceiros.
Erros comuns e como evitar problemas ético-legais
Com base em nossas pesquisas e observação do setor, alguns deslizes ocorrem com frequência e podem causar sérios prejuízos reputacionais e jurídicos. Sabemos que o excesso de confiança ou a falta de conhecimento atualizado propicia erros como:
- Realizar publicidade conjunta sem identificar claramente os envolvidos, formando sociedade de fato não registrada.
- Prometer resultados ou fazer alardes em comunicações públicas, indo além do permitido pelas normas.
- Divulgar dados ou casos de clientes parceiros sem autorização expressa.
- Negligenciar consentimentos, deixando clientes sem compreensão clara da atuação dos profissionais envolvidos.
- Não estruturar contratos formais e regras para divisão de honorários, gerando interpretações divergentes e possível conflito de interesses.
Um dos exemplos clássicos que observamos é o envio de e-mails marketing divulgando parcerias sem requisitos informativos mínimos ou sem respeitar os limites da publicidade informativa, conforme destaca o debate promovido pelo Conselho Federal da OAB sobre modernização das regras. Pequenas falhas na comunicação podem ser interpretadas como infrações e gerar sanções disciplinares graves.
Erros simples podem comprometer anos de reputação construída.
O papel da tecnologia na ética das parcerias jurídicas
O avanço tecnológico agrega mecanismos de organização, controle e rastreabilidade às operações jurídicas. Com plataformas de gestão, ficou mais fácil aplicar métricas, registrar comunicações e dar governança aos dados sensíveis das parcerias, sempre observando as regras do setor.

Ferramentas para gestão de contratos, controle de permissões e comunicação segura reduzem o risco de vazamento de dados, além de garantir rastreabilidade. Corroborando esse entendimento, há informações detalhadas no conteúdo sobre segurança de dados em parcerias.
Ainda, sistemas modernos possibilitam práticas como trilhas de onboarding, treinamentos e gamificação, promovendo engajamento e aprendizado contínuo entre parceiros e times jurídicos.
Atualização constante e auditoria como parte da cultura
O ambiente regulatório é dinâmico. Segundo discussões promovidas pela própria OAB, a necessidade de ajuste das normas às mudanças sociais e tecnológicas é permanente. Por isso, consideramos obrigatório investir em leitura atenta das atualizações do Provimento 205/2021 e promover reciclagens periódicas sobre compliance, privacidade e limites éticos.
Criar uma rotina de auditoria interna, com checagens independentes e correspondentes à legislação vigente, auxilia a manter a conformidade e a credibilidade da equipe. Isso inclui:
- Revisão periódica de contratos e políticas internas de parceria.
- Capacitação recorrente dos colaboradores para novos padrões éticos e regulatórios.
- Monitoramento ativo, com uso de indicadores de riscos e canais abertos de denúncia e correção.

Como fortalecer uma cultura ética sustentável na advocacia?
Construir e manter uma reputação ética consistente é trabalho diário. Com base em nossa análise, sugerimos alguns pilares que apoiam o fortalecimento dessa cultura nas parcerias jurídicas:
- Exemplo da liderança: Sócios e gestores devem agir sempre em consonância com as normas, tornando-se referência para os demais membros da equipe.
- Educação continuada: A implementação de treinamentos periódicos garante atualização sobre temas como compliance, proteção de dados, responsabilidade civil e ética profissional.
- Regras claras e documentadas: Manuais internos, códigos de conduta e protocolos de parceria ajudam a consolidar práticas homogêneas e sustentáveis.
- Valorização da reputação digital: Em tempos de presença online massificada, o cuidado com a imagem institucional e o monitoramento de conteúdos publicados são fundamentais para eliminar dúvidas sobre postura ética.
Reputação é construída em silêncio, mas abalada por um único ruído ético.
Ao apostar em ações integradas e responsáveis, a advocacia pode crescer em segurança, expandindo horizontes sem abrir mão do respeito às normas. Parcerias éticas resultam em maior confiança dos clientes, melhor posicionamento no mercado e, acima de tudo, uma cultura sólida e sustentável.
Conclusão
Em nossa trajetória, percebemos que parcerias na advocacia podem alavancar a qualidade dos serviços e abrir portas para novas oportunidades, desde que estruturadas sob os pilares da integridade, do respeito mútuo e da observância rigorosa às regulamentações. Ao buscar alinhamento de valores, investir em comunicação transparente, formalizar contratos detalhados e adotar tecnologia que priorize o compliance, avançamos rumo a relações sustentáveis e seguras.
Acompanhar as atualizações regulatórias, auditar processos internos e incentivar a educação contínua são caminhos seguros para cuidar da reputação e garantir que a confiança do mercado e dos clientes seja sempre merecida. Nesse cenário, ética e parceria caminham juntas como sinônimo de evolução saudável para o ambiente jurídico.
Perguntas frequentes sobre ética e regulamentação em programas de parceria na advocacia
O que é ética em parcerias na advocacia?
Ética em parcerias na advocacia significa agir de acordo com padrões definidos pelo Código de Ética e Disciplina da OAB, respeitando sigilo, responsabilidade e transparência em todos os vínculos e acordos jurídicos. Isso inclui tratar todas as informações dos clientes com confidencialidade, manter a independência profissional e não utilizar meios irregulares de captação de clientes ou promoção dos serviços.
Quais são as regras para parcerias advocatícias?
As principais regras são: contratos formais que definam papéis e divisão de honorários; respeito irrestrito à confidencialidade dos clientes; cumprimento das normas de publicidade restrita, proibindo práticas mercadológicas; e transparência permanente na comunicação ao cliente sobre quem são os responsáveis pelo caso. Não seguir essas orientações pode resultar em responsabilidade solidária e infrações disciplinares junto à OAB.
Como regulamentar um programa de parceria jurídica?
A regulamentação exige contratos escritos bem detalhados, baseados nas regras do Código de Ética e nos Provimentos da OAB, além da aprovação explícita do cliente nos casos de divisão de honorários. Recomenda-se também estruturar políticas internas que estabeleçam fluxos de comunicação, critérios para indicação, periodicidade de auditorias e treinamentos regulares sobre ética e compliance para todos os envolvidos.
É permitido advogados fazerem parcerias?
Sim, advogados podem estabelecer parcerias desde que respeitem todas as normas do Código de Ética, mantendo independência, confidencialidade e responsabilidade profissional. Parcerias não podem ser confundidas com sociedades irregulares, nem podem utilizar de meios ilícitos para captação de clientela ou prática mercantil da advocacia.
Quais os riscos de não seguir a regulamentação?
Descumprir as normas pode produzir consequências sérias, como sanções disciplinares impostas pela OAB, perda de credibilidade no mercado, responsabilização solidária por danos causados a clientes, além de prejuízos reputacionais de longo prazo. Falhas simples em contratos, comunicação ou publicidade podem comprometer anos de confiança e abrir margem para denúncias éticas ou ações judiciais.
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