Ao longo de muitos anos observando a transformação da gestão comercial, nós desenvolvemos um pensamento: há um abismo entre liderar um time de vendas diretas e operar uma rede estruturada de parceiros, afiliados, revendedores e distribuidores. CRMs tradicionais dominaram o mercado prometendo controle e visibilidade, mas a verdade é que, ao levar essa mesma lógica para canais indiretos, nos deparamos com desafios e limitações que mudam toda a dinâmica.
Neste artigo, vamos compartilhar nossa visão, construída em infinitas conversas com heads de canais e operações de parcerias no Brasil, sobre como escolher as melhores soluções para orquestrar programas robustos de parceiros. Vamos responder as dúvidas mais frequentes, exemplificar cenários e, principalmente, ajudar você a entender quais fatores pesam mais ao escolher um sistema para atender esse modelo de negócio tão único.
Nenhuma estratégia de canais sobrevive à falta de controle e previsibilidade.
Venha com a gente nessa jornada que mistura tecnologia, estratégia, gestão de relacionamento e um toque de ousadia, porque toda conquista em vendas indiretas começa por uma escolha simples: estruturar ou improvisar sua operação de parceiros?
Entendendo o papel dos CRMs nos canais de vendas
Primeiro, precisamos partir de uma premissa que, para muitos, parece óbvia, mas a prática mostra o contrário. Os fluxos de gestão de leads, oportunidades, negociações e receita quando se trabalha por meio de canal são diferentes daqueles de times internos de vendas. Embora ambos trabalhem olhando para funis e indicadores, parceiros possuem seus próprios objetivos, rotinas e influências. E quando há dezenas (ou até centenas) de parceiros acontecendo em paralelo, o nível de controle e colaboração necessário dispara.
Antes de mais nada, CRMs tradicionais sempre foram pensados para ajudar vendedores diretos a organizar seus contatos, registrar interações e acelerar negócios. Fazendo um paralelo, é como se o CRM tradicional fosse uma agenda inteligente, enquanto para canais precisássemos de uma central totalmente orquestrada, que controle cadastros, permissões, comissões, ativação, engajamento e todas as nuances desse ecossistema.
CRM, PRM ou ambos? Onde cada solução faz sentido
A sigla CRM (Customer Relationship Management) já faz parte de qualquer estratégia comercial madura. Mas, para programas de canal, talvez mais importante seja entender uma outra sigla: PRM (Partner Relationship Management). Há diferenças concretas, a começar pela lógica de usuário, foco de funcionalidades e governança.
Na prática, CRMs tratam clientes e oportunidades e medem quanto seu time vende. PRMs, por sua vez, vão além: organizam como cada parceiro acessa informações, sua trilha de onboarding, treinamentos, direitos de visualização de dados, registro de oportunidades, regras específicas de comissionamento (incluindo o famigerado clawback!), ativação de campanhas, acompanhamento de indicadores individuais e coletivos – e muito mais.
PRM é sempre uma camada adicional na empresa que já utiliza um CRM? Não, mas a dupla pode coexistir. Em estruturas maiores, vemos PRM administrando canais e com integração nativa ao CRM para consolidar informação vinda dos parceiros num funil unificado. Já em negócios cujos canais indiretos representam quase 100% da receita, o PRM se torna a peça central, e o CRM passa a ser ferramenta secundária.
É por isso que, antes de ficar caçando listas com os “top CRMs do mercado”, sugerimos parar um instante, desenhar o fluxo de funcionamento do seu canal de parceiros e listar quais dores deseja atacar. Em muitos casos, o melhor é somar e integrar, não escolher só um ou outro.
Critérios para escolher a melhor solução para parcerias e canais
Há muita ansiedade quando o assunto é escolha de plataforma. Listamos abaixo critérios que geralmente pesam mais na decisão de empresas que dependem de canais no médio e longo prazo.
- Automação de comissões e repasses: Quem trabalha com canal sabe: calcular variáveis de comissão, premiar recorrência, aplicar regras específicas por parceiro, tudo isso manualmente gera erros. Uma boa plataforma permite parametrizar fluxos, acompanhar performance, aplicar ajustes em lote e rastrear cada variável do cálculo, incluindo restauração de valores em caso de clawback.
- Gestão de leads e oportunidades dos parceiros: Leads vindos de parceiros não aparecem “sozinhos” no funil: há regras de registro, necessidade de evitar conflitos, compartilhamento de informações sensíveis e, muitas vezes, múltiplos parceiros atuando no mesmo território. Nesse cenário, a centralização da base, trilhas de registro e workflows orientados ao canal dão muito mais segurança.
- Dashboards em tempo real e relatórios inteligentes: O ROI de canal exige acompanhar resultado por parceiro, segmento, período, tipo de produto e até formato de contrato. Plataformas maduras permitem visualizar painéis intuitivos e relatórios exportáveis, facilitando decisões baseadas em dados – e não apenas na experiência de mercado.
- Capacitação e engajamento dos parceiros: Não adianta trazer novos canais se eles não passam por um onboarding bem feito. Treinamento online, materiais exclusivos, gamificação por conquistas, disparo de alertas e lembretes fazem toda diferença. Quanto maior o número de parceiros, maior o desafio nesse ponto.
- Controle de permissões e governança da informação: Compartilhar dados com terceiros exige cuidado. Um sistema específico para canais estabelece níveis diferentes de permissão (visualização, edição, administração) e previne vazamentos de contratos, negociações ou dados pessoais. Empresas mais maduras valorizam essa governança desde o começo do programa.
- Integração com outros sistemas e flexibilidade: Ninguém quer plataformas isoladas. A abertura para integrar o PRM ou CRM com sistemas internos (como ERP, help desk, ferramentas de marketing e analytics) é quase obrigatória hoje em setores competitivos. Já listamos no blog todos os motivos que levam empresas a buscar a integração do CRM com parceiros de vendas.
- Escalabilidade operacional: Muitos começam com um piloto (poucos parceiros) e rapidamente precisam multiplicar o programa. Uma plataforma pensada realmente para escala não se limita ao número de usuários, mas sim à maleabilidade dos processos e à facilidade de suporte a regras novas.
A diferença entre crescimento e desorganização é o quanto o sistema acompanha suas ambições.
Ao seguir esse roteiro, a decisão sobre qual plataforma serve melhor sua central de canais se torna menos intuitiva e mais estratégica. E, inevitavelmente, a busca por um CRM robusto se transforma em busca por um PRM completo.
Automação de comissionamento: Acabando com planilhas manuais
Quem já precisou calcular comissão de dezenas de parceiros sabe o tamanho da dor. E conhece também o risco: um erro num decimal, uma linha esquecida, um ajuste feito fora do fluxo, e todo o programa de incentivos perde credibilidade.
As melhores plataformas que olhamos hoje para programas de canal entendem que comissionamento não se resume a uma fórmula de multiplicação. Existem regras de bonificação por volume, exclusão por cancelamento (“clawback”), pagamentos recorrentes, ajustes por período, faixas específicas por produto e, ainda, exceções negociadas nas entrelinhas de contratos com parceiros-chave.
Então, o sistema ideal precisa permitir parametrização flexível, lógica de recorrência, rastreabilidade do histórico e automação do cálculo final. Além disso, relatórios claros para que o parceiro possa acompanhar, e confiar, em cada valor pago.
Comissões confiáveis criam engajamento duradouro.
Nosso conselho, com base em múltiplas jornadas que já acompanhamos: priorize sempre plataformas que eliminam ou minimizam ao máximo a intervenção manual nas rotinas de cálculo, cobrança e repasse.
Por que dashboards em tempo real mudam o jogo dos canais?
À medida que o canal cresce, o desafio de mensurar o desempenho coletivo e individual aumenta. Filtrar resultado por estado, segmento do parceiro, ciclo de vendas, tipo de produto, canal de entrada ou até mesmo por vendedor do parceiro se torna providencial.
Sem painéis em tempo real e relatórios detalhados, a evolução do canal se baseia apenas em “feeling”. E toda melhoria que depende apenas do “instinto” dificilmente escala para toda a rede.
Com dashboards estruturados, conseguimos tomar decisões rápidas: desde identificar oportunidades represadas, até premiar parceiros com melhor rentabilidade, identificar causas de churn, comparar desempenho de campanhas entre distribuidores e, claro, analisar o famoso ROI de cada iniciativa.
Integrações: Por que sistemas precisam conversar entre si?
Nenhum canal vive isolado dos outros fluxos da empresa. O parceiro vende, o comercial fatura, o financeiro repassa comissão, enquanto o suporte precisa saber a situação de pagamento, o marketing lança novas campanhas, e o jurídico acompanha cláusulas contratuais que afetam cada parceiro.
Só um sistema que integra informações permite que cada área enxergue apenas o que precisa (com respeito à LGPD e regras internas). Por exemplo: ao integrar CRM, PRM e ERP, é possível disparar faturamento automático, atualizar status de pagamento de comissões em tempo real e, inclusive, alimentar relatórios sociais de impacto em canais.
Falamos bastante sobre as diferenças e sinergias entre PRM, CRM e ERP neste artigo: PRM, CRM, ERP: diferenças e como integrar.
Quando os sistemas se comunicam, a experiência do parceiro e do cliente evolui junto.
Por isso, separamos esse aspecto como um dos fatores mais relevantes em projetos de médio a longo prazo. Não subestime esse ponto, a integração pode até parecer menos urgente no início, mas será peça-chave ao avançar na maturidade do canal.
Diferenças entre CRM tradicional e PRM para canais
Já citamos que um CRM comum serve muito bem para vendas diretas, mas vamos deixar ainda mais claro como a gestão de parceiros impõe novas regras ao jogo.
- Lógica de usuário: O CRM tradicional “enxerga” principalmente sua equipe interna. O PRM pensa nos parceiros como protagonistas do processo, cada um com trilhas, permissões e jornadas únicas.
- Foco da automação: CRM estrutura agendamento de tarefas, follow-ups com leads, pipeline de vendas. PRM automatiza onboarding, treinamentos, pontuação, registro de oportunidades por parceiro, atribuição de comissão e regras de engajamento.
- Relatórios e painéis: CRM prioriza relatórios do funil do vendedor. PRM expande relatórios por canal, segmento do parceiro, estrutura de comissão, comparação entre grupos e variações regionais de desempenho.
- Governança de informações: PRMs oferecem múltiplos níveis de permissão, garantindo que parceiros só acessem o necessário, com rastreio de acessos e logs de atividades.
Em resumo: uma plataforma PRM adiciona uma camada de controle, flexibilidade e foco em engajamento que faz toda diferença para quem depende do resultado dos canais terceirizados.
O que funciona para vendas internas pode limitar seu canal de parceiros.
Como a centralização na gestão de canais gera previsibilidade
Não existe escala em vendas indiretas sem previsibilidade. Se cada parceiro opera do seu jeito, com relatórios diferentes e cadastros soltos, o resultado final é descontrole e, em curto prazo, retrabalho, esse é um ponto que vemos acontecer com frequência.
Ao centralizar o registro de leads, oportunidades e vendas, a empresa ganha:
- Visão consolidada das oportunidades em todas as fases do funil.
- Controle real do ciclo do lead: do cadastro à conversão, de forma transparente para todos.
- Facilidade para evitar conflitos de leads entre parceiros (lead duplication).
- Padronização dos critérios para aprovação, rejeição ou redistribuição de oportunidades.
- Automatização das notificações e dos registros críticos, evitando esquecimentos humanos.
- Possibilidade de calcular, realmente, o ROI do canal e tomar decisões de corte, expansão ou incentivo baseado em fatos concretos.
Quando tudo passa pela mesma plataforma, os gargalos aparecem rápido.
Assim, o time de canais tira o trabalho braçal do centro da rotina e passa a dedicar energia em melhorias, estratégias go-to-market e acompanhamento mais próximo dos parceiros que merecem atenção especial. Aqui, inclusive, recomendamos uma leitura extra sobre esse tema: go-to-market e estrutura de canais.
Boas práticas para onboarding, capacitação e retenção
Fazer um canal de vendas crescer passa por três etapas que não podem ser ignoradas. No início, o onboarding eficiente acelera a integração do parceiro à cultura, produtos e processos. Depois, a capacitação contínua atualiza e engaja o canal. Por fim, a retenção exige ações que promovam senso de pertencimento e resultado sustentável.
Onboarding estruturado
Sugerimos pensar como uma trilha de “primeiros passos”. Quanto melhor o parceiro entende a ferramenta, a lógica de comissionamento e as regras do jogo, menor a chance de erro lá na frente. Vídeos, checklists interativos, quizzes e tutoriais curtos, todos disponíveis na plataforma, fazem o parceiro se sentir conduzido, não solto e perdido.
Capacitação constante
Atualizar conteúdos, enviar alertas de conquistas, criar desafios competitivos ou até mesmo criar ranking de vendedores parceiros aumentam o nível de engajamento. Sabemos que parceiros gostam de se comparar, então pense em painéis de desempenho, eventos online e trilhas de conhecimento gamificadas.
Retenção ativa
Não basta “colocar mais parceiros pra dentro”. Empresas maduras olham indicadores de churn, monitoram o engajamento na plataforma e atuam de forma proativa para reativar ou bonificar canais com queda de performance.
Sucesso do parceiro é consequência da jornada criada para ele.
Inclusive, quando discutimos retenção, é comum aparecer a dúvida: devo recompensar mais a venda nova, a renovação ou o upsell? Nossa resposta é sempre customizar a regra conforme o modelo de negócio. Softwares SaaS, por exemplo, tendem a valorizar a manutenção da recorrência. Já em produtos de ciclo longo, o foco está na expansão e upgrade.
Recursos indispensáveis para canais escaláveis
Ninguém constrói um canal de 500 parceiros na base da intuição ou do improviso. Há recursos que, em nossa experiência, fazem falta rapidamente quando negligenciados no início do programa de parcerias.
- Automação de trilhas de onboarding e treinamento, Reduz curva de aprendizado, diminui tickets e acelera produtividade do parceiro.
- Dashboards de performance individual e coletiva, Permitem diagnósticos rápidos e servem como base de campanhas de incentivo.
- Registro estruturado de leads e oportunidades, Evita conflitos, facilita auditoria e dá propriedade real sobre a carteira.
- Conversão automática de contratos e documentos, Agiliza processos e diminui risco de documentação incompleta.
- Governança de dados e controle de permissões, Por perfis, faixas de acesso e regras de LGPD.
- Alertas inteligentes para engajamento, Notificações automáticas para parceiros com performance abaixo do previsto ou metas de engajamento.
- Gamificação e campanhas de incentivo, Estimula competição saudável e permanência na base.
Vale o lembrete: não confie em sistemas que não detalham, logo na demonstração, como esses pontos são atendidos. O que falta no início pode custar caro ao crescer.
Exemplos de uso em SaaS, tecnologia e receita recorrente
Empresas de SaaS quase sempre trilham o caminho do canal para expandir receita recorrente fora dos grandes centros. Em saúde e educação, vemos o mesmo cenário: representantes locais, cooperativas ou redes de influência fazendo recomendações, vendendo, renovando e, muitas vezes, prestando o primeiro atendimento ao cliente.
Listamos situações típicas:
- SaaS B2B: Plataforma organiza o pipeline por parceiro, automatiza repasse mensal, permite cursos online para novos MVPs, gera métricas regionais de adoção, ativa campanhas de upsell automático e identifica, com rapidez, os canais com maior ciclo de vida de cliente.
- HealthTech: Vendas de planos por cooperativas ou representantes têm lógica própria. O sistema permite cadastrar representantes, distribuir leads, rastrear indicações e garantir comissionamento recorrente, mesmo quando há mudança de responsável.
- Educação: Franqueados e agentes parceiros cadastram matrículas, acessam conteúdos e materiais exclusivos, participam de programas de incentivo com relatórios transparentes e comparam desempenho frente à média da rede.
- Serviços e consultorias: Empresas com redes de representantes podem automatizar oferta de treinamentos, campanhas de ativação, centralizar feedbacks e relatórios de campo, e criar campanhas de bonificação a partir de metas mensais.
Reforçamos que cada segmento tem peculiaridades. Então, antes de definir a melhor plataforma, vale estudar o perfil do canal e suas especificidades. Recomenda-se, inclusive, estudar como escolher o melhor tipo de parceiro no conteúdo escolher o melhor tipo de parceiro.
O segredo do crescimento em indiretos está em ajustar a tecnologia ao perfil real da rede.
Boas práticas para engajamento e retenção de parceiros
Alguns programas de canal deslancham no começo e, depois, “morrem na praia” por falta de acompanhamento. Após o onboarding inicial, o ciclo de contato e reconhecimento precisa ser constante.
- Monitoramento frequente: Dashboards apontam queda de desempenho rapidamente; use-os para agir antes da ruptura.
- Campanhas e desafios: Lançar desafios sazonais faz o parceiro investir energia extra, aumentando receita e competitividade.
- Materiais exclusivos: Forneça materiais só para quem atinge meta. Isso fortalece o senso de comunidade e valor do programa.
- Feedback contínuo: Ouça os parceiros. Plataformas com área para sugestões aceleram melhorias, e parceiros percebem que são ouvidos.
- Pontuação e ranking: Exibir o ranking dos mais engajados mexe com a competitividade natural. Só não transforme todas as premiações em disputa, pois cada perfil reage de forma única.
Claro que muito disso é sensível ao perfil do canal. Há parceiros mais institucionais que valorizam estabilidade. Outros querem premiação, visibilidade ou participação em inovações antes da base.
Engajamento não nasce espontâneo. É gerado todo mês pela experiência oferecida.
Comparando recursos chave: Automação, integração e relatórios
Este é um ponto que desperta muita discussão. Já ouvimos de muitos líderes de canal algo parecido com: “Queremos a plataforma mais simples possível, mas não abrimos mão de integrar e medir tudo”. Sendo sinceros, rareiam soluções intuitivas e completas ao mesmo tempo, por isso, algumas priorizam automação, outras, flexibilidade, mas fica difícil acertar tudo de primeira.
- Automação, Quanto mais “automatizada” a rotina de onboarding, registro de leads e pagamentos, menos retrabalho. Mas fique atento: a automação deve ser customizável, pois cada canal opera com características próprias, e o excesso de padronização pode afastar canais importantes.
- Integração, Integrações via API, webhooks e conectores prontos com ERP, CRM, plataformas de e-commerce e suporte ao cliente simplificam a gestão, mas exigem, na escolha, olhar atentos à documentação e à experiência das equipes de tecnologia em apoiar esse trabalho.
- Relatórios, Um recurso pouco citado, mas que faz diferença enorme, é a capacidade de personalizar relatórios. Ter apenas o básico pode servir no início; ao crescer, a falta de filtro, agrupamentos ou possibilidade de exportação trava análises estratégicas.
Em resumo: ao avaliar CRMs ou PRMs para canal, liste os recursos indispensáveis, teste fluxos reais e simule os relatórios mais críticos para sua operação antes de decidir. O barato, em tecnologia de canais, pode sair caro quando os erros multiplicam-se no volume.
Vantagens de um PRM para parcerias escaláveis
PRM é o cérebro digital dos canais indiretos. Enquanto o CRM mantém seus vendedores em sincronia, o PRM amplia sua capacidade de gerir ecossistemas complexos.
- Permite gestão de centenas de parceiros sem perder personalização.
- Automatiza repasses, onboarding e treinamentos, reduzindo custo operacional.
- Entrega controle segmentado sobre permissões e dados, respeitando regras de compliance.
- Gera relatórios estratégicos: ROI de cada parceiro, ciclo de vendas médio, ciclo de onboarding, tempo para primeira venda, satisfação do canal.
- Facilita lançamento de campanhas massivas ou segmentadas.
- Reduz churn com monitoramento pró-ativo e feedback recorrente.
Não à toa, empresas que realmente vivem de canal migram desse “meio termo” entre CRM adaptado e PRM verdadeiro assim que sentem a necessidade de crescer com segurança.
O PRM não é gasto, é investimento na longevidade do seu programa de canais.
Desafios ao migrar do CRM tradicional para o PRM
Nem toda trajetória é linear. Muitos líderes de canal enfrentam resistência interna ao propor sistemas específicos, seja por maturidade da equipe, limitação de budget ou até desconhecimento dos benefícios. O processo de migração, no entanto, pode ser facilitado quando envolvemos todos e mostramos o impacto direto no resultado.
Compartilhamos alguns aprendizados:
- Planeje o fluxo de dados, Mapear onde os registros já existentes vão se encaixar no novo sistema evita duplicidades e perda de histórico.
- Capacite a equipe antes e depois, Transição de cultura tecnológica exige treinamento e comunicação transparente.
- Implemente em fases, Canal amplo pede migração modular, para testar, corrigir e escalar depois.
- Defina indicadores antes de iniciar a operação, Pense nos relatórios mais desejados logo na contratação, assim garante que a nova plataforma vai atender as demandas reais da diretoria.
- Interlince com áreas correlatas, Marketing, financeiro e jurídico precisam estar alinhados, pois todos serão impactados pelo novo fluxo.
Nada substitui a experiência prática, mas desenhar o projeto com calma desde o início economiza meses de ajustes e retrabalho.
Como identificar o perfil do seu canal antes de escolher a plataforma
Por último, deixar dois alertas práticos, porque sempre surgem dúvidas nesta fase de escolha:
- Tipo de parceiro: Distribuidores grandes demandam automação avançada. Afiliados pedem experiência simplificada. Revendedores valorizam acesso rápido a treinamentos e bonificações. É preciso estudar como escolher o canal partner certo antes de fechar a plataforma.
- Volume atual e futuro: Pense o dobro. Se hoje há 20 parceiros, pode chegar a 100 em pouco tempo. Redesenhe processos, anteveja gargalos e valide se a solução desejada comporta a escala esperada sem customizações pesadas.
- Peculiaridades contratuais: Regras de comissionamento, níveis de acesso, participação em campanhas e necessidades de capacitação variam. Sistematize esses cenários antes de conversar até com fornecedor.
- Fases do ciclo do parceiro: O sistema deve contemplar desde o registro do parceiro até o descredenciamento, passando por todas as fases de ativação, treinamento, acompanhamento, premiação e “saída”.
O perfil do canal define o que realmente importa na escolha da plataforma.
Conclusão
Escolher a plataforma ideal para gerenciar canais de vendas e parceiros não é só uma decisão de tecnologia. É um passo estratégico que pode definir o ritmo de crescimento da empresa. Em nossa experiência, as organizações que olham para automação de comissionamento, integração de dados, dashboards personalizáveis, onboarding estruturado e uma governança sólida conseguem criar canais duradouros, e, mais do que isso, canais que performam acima da média do mercado.
Não existe solução universal. Mas há caminhos bem validados: integrar operações, descentralizar o que for necessário, centralizar o que importa, capacitar continuamente os parceiros e medir todos os resultados com detalhe, sem esquecer a jornada do canal.
Esperamos ter contribuído para sua decisão. Agora, sugerimos revisar os processos internos, mapear o perfil do canal e colocar na ponta do lápis quais recursos são inegociáveis para o seu negócio. O melhor sistema sempre é aquele que aproxima empresa e canal, entrega transparência e permite decisões baseadas em fatos, não sensações.
Perguntas frequentes sobre gestão de canais e CRMs
O que é um CRM para parcerias?
Um CRM para parcerias é uma ferramenta digital criada para organizar todo o fluxo de relacionamento entre empresas e seus parceiros comerciais, como revendedores, distribuidores, afiliados e agentes externos. Ao contrário dos CRMs tradicionais, que focam no controle direto do time interno de vendas, ele agrega funções como cadastro de parceiros, registro de leads, controle de oportunidades por canal, automação de comissões e relatórios direcionados ao desempenho coletivo e individual dos parceiros.
Como escolher o melhor CRM para canais?
Recomendamos analisar itens como grau de automação do comissionamento, flexibilidade de integrações com outros sistemas (ERP, plataformas de marketing, help desk), dashboards personalizáveis em tempo real, recursos de onboarding, trilhas de capacitação, controle de permissões e escalabilidade para novos parceiros. Converse com áreas comerciais, de tecnologia e jurídico para mapear riscos e expectativas. A escolha ideal leva em conta as dores atuais e o perfil do canal que você deseja ter nos próximos anos, não apenas a situação de hoje.
Quais são os CRMs mais indicados?
Os CRMs mais recomendados são aqueles que oferecem funcionalidades específicas para programas de parceiros, como automação de trilhas, comissionamento parametrizável, relatórios detalhados, integração facilitada e governança avançada. Há plataformas que nasceram para vendas diretas e outras pensadas desde o princípio para canal. Avaliamos que empresas com foco em canais performam melhor com soluções realmente pensadas para PRM e canais indiretos.
Vale a pena investir em um CRM?
Vale, sim, principalmente para negócios que dependem de previsibilidade, escala e segurança na gestão de parcerias e canais. CRMs (ou PRMs) tiram o trabalho manual da rotina, reduzem custos por erro e melhoram o engajamento dos parceiros, além de facilitar o acesso a dados para a tomada de decisão. O retorno sobre o investimento aparece na maior retenção dos parceiros, aumento da performance e diminuição de conflitos e retrabalhos.
Onde encontrar avaliações de CRMs?
Indicamos buscar avaliações em sites especializados em tecnologia, portais de reviews corporativos e também conversando com outros gestores de canal do seu segmento. Participar de eventos, webinars e grupos de discussão costuma render indicações mais sinceras sobre pontos fortes e limitações de cada alternativa. Não deixe de conferir também conteúdos em blogs de especialistas, como os que trazemos periodicamente analisando integrações de CRMs com parceiros e outras tendências do setor.